TDF 12ª etapa: cheia de significados

como era de se esperar, a etapa entre cugnaux e luz-ardiden não seria uma etapa comum. primeira etapa de montanha de fato. e mais, etapa de 14 de julho, que o mundo inteiro sabe, é a data da queda da bastilha, marco da revolução francesa, um dos eventos históricos mais importantes do mundo.

a "subidinha" de luz-ardiden

um francês largou de camisa amarela – de líder geral – e terminou usando-a. thomas voeckler, sorridente, recebeu o leãozinho adornado com uma fita tricolor, azul, branca e vermelha. não se esperava isso. nem voeckler esperava terminar ainda usando a camisa amarela. esperavam-se duelos mortais nas montanhas, o que deixaria voeckler para trás. mas não, o pelotão da frente esteve razoavelmente morno e portanto voeckler chegou junto. a fuga venceu. a etapa foi vencida pelo basco samuel sanchez, da equipe euskadi-euskatel, equipe basca, com ciclistas bascos – ou com forte ligação com o país basco, que localiza-se no norte da espanha e sul da frança – e que usa bicicletas bascas.

bandeiras bascas foram vistas aos montes – a etapa realizou-se muito próxima ao iparralde, a banda francesa do país basco. portanto houve uma comemoração imensa pela vitória basca. os bascos lutam por independência há centenas de anos, e vencer do 14 de julho tem significado. esse 14 de julho também tem muito significado para nós, brasileiros. há 20 anos vencia uma etapa do tour de france o brasileiro mauro ribeiro. até hoje a única vitória brasileira no TDF.

samuel sanchez vence saudado pela bandeira basca

mas os franceses também comemoraram a liderança geral, e a liderança geral jovem. samuel sanchez tomou de johnny hoogerland a camisa de bolas vermelhas. e mark cavendish?  manteve a camisa verde, mas como qualquer dos bons sprinters ainda na disputa, chegou com 33 minutos de atraso em relação ao vencedor.

thomas voeckler, fazendo força morro acima, para manter a camisa amarela

na última subida os irmãos schleck sucederam-se nos ataques, mas foram sempre seguidos por cadel evans, ivan basso e alberto contador, esse sim penando. passou a semana reclamando do joelho. sim, ainda danos dos tombos da primeira semana. a recuperação tem sido difícil. delcarou que ficou feliz ao ceder apenas alguns segundos a andy schleck – 13 segundos. aumentou a diferença. mas foi evidente, nas duas tentativas tímidas de ataque que era seguido, marcado de perto. muito de perto. no último ataque franck schleck foi só, e quase alcançou os dois ponteiros. nesse momento sanchez percebeu e respondeu à altura, chegando à frente.

frank schleck, atancando e controlando as reações

um grupo grande chegou com 33 minutos e 5 segundos de atraso. dentre eles, fabian cancellara, alessandro petacchi, andré greipel, mark cavendish.  estes se darão por vencedores se chegarem a paris, na última etapa. hoje pedalaram em ritmo de cicloturismo, como dizem os competidores. a preocupação destes é brilhar nas provas planas, ou apenas sobreviver nas etapas de montanha. pois há um tempo de corte, quem chegar acima de um certo percentual de tempo após o vencedor da etapa está cortado.

alberto contador, o desconforto manifesto

hoje classificaram-se para amanhã 175 ciclistas. amanhã alguns outros ficarão pelo caminho, cortados pelo tempo. a etapa de amanhã, de pau a lourdes, tem 152,5 kms. e algumas montanhas de 4ª e 3ª categoria, e uma fora de categoria, o col d’aubisque, com 1709 mts de altitude. mas está bem no meio da etapa. isso permitirá que ciclistas bons em descidas alcancem o pelotão, ou mesmo uma boa fuga tenha sucesso.

mas a frança hoje foi dormir feliz, com um francês sorridente usando a camisa amarela.

thomas voeckler, sempre sorridente, com o leãozinho com as cores da bandeira francesa.

Uma resposta para “TDF 12ª etapa: cheia de significados

  1. Não basta assistir o Tour, tem que ler seu post todos os dias.

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